Blog

09/03/2020 16:42

Trilhas para conhecer em Portugal – Parque Natural de Sintra-Cascais

Perto de Lisboa somos privilegiados com diversas trilhas, principalmente na região do Parque Natural de Sintra-Cascais. Além de caminhar em meio a natureza, a vista apresenta cenários exuberantes. Vou compartilhar aqui duas trilhas que tive a oportunidade de fazer dentro do parque. Confere aí  ;)

 

Trilha Cabo da Roca à Praia da Adraga

 

O Cabo da Roca está localizado no município de Sintra e é a ponta mais ocidental do continente europeu. Desse ponto é possível seguir para diversas trilhas beirando as lindas praias do oceano Atlântico.

Partindo do Cabo da Roca até chegar à praia da Adraga, passamos pela praia da Aroeira, praia da Ursa, miradouro da praia do Carneiro, Fojo dos Morcegos, praia do Cavalo até chegar à praia da Adraga, nosso ponto final.

Dou uma atenção especial aqui ao Fojo dos Morcegos, também conhecido como Fojo da Adraga ou Furna da Praia do Cavalo. É um desmonte das rochas que formou um poço na montanha e é possível avistar o mar passar abaixo. O local é todo cercado para segurança, pois novos desmoronamentos podem ocorrer. A fenda abriga centenas de morcegos.

Todo o circuito de ida foi feito pela costa, com vistas para as praias de cima do morro que as circundam. O retorno foi feito pela estrada da praia da Adraga entre quintas e plantações.

O trajeto total (circular) foi de quase 10 km, e levamos aproximadamente 6 horas para fazê-lo, incluindo as paradas para lanche, fotos e miragens. Considero de dificuldade moderada.

 

 

Trilha Parque Monserrate

 

A trilha inicia no estacionamento do Parque e é um circuito circular que retorna ao mesmo local. A caminhada é de quase 12 km e é feita em uma média de 5 horas. Destacam-se no trajeto o Lago de Druidas, a Mística Lagoa Escura, a surpreendente Casa dos Espíritos Verdes, o miradouro sobre a costa atlântica, o convento dos Capuchos e a Quintinha de Monserrate. A vegetação é feita em grande parte por florestas de pinheiros e flores campestres.  

 

 

Ambas as trilhas aqui sugeridas podem ser feitas sem maiores dificuldades, com atenção a alguns desníveis acentuados.

 

Texto: Indianara Zanatta Borgonovo

—————

03/01/2019 00:53

Um passeio por Ouro Preto

Alguns dias em Ouro Preto são suficientes para imergir no passado e conhecer um pouco mais da história do Brasil. Veja aqui os pontos turísticos da cidade de personagens como Aleijadinho, Tiradentes, Santos Dumont, Chico Rei, entre outros, além das construções em estilo barroco, da escravidão e de muita extração de ouro e diamante das minas que cortam toda cidade.

 

Museu da Inconfidência

 

Se o assunto é história do Brasil o Museu de Inconfidência faz parte do roteiro turístico em Ouro Preto. O museu possui um acervo riquíssimo que nos mostra a construção da cidade no período colonial, chamada anteriormente de Vila Rica, e o período da inconfidência mineira.

Nele você encontra duas traves da forca que matou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. As outras duas partes da forca estão no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro, cidade onde ele foi enforcado em 21 de abril de 1792.

Segundo historiadores, após sua morte ele teria sido esquartejado e seus pedaços deixados ao longo da estrada que liga o Rio de Janeiro a Ouro Preto. Chegando à Vila Rica, sua cabeça foi exposta na praça que hoje leva seu nome e um monumento em sua homenagem.

O Museu está localizado na antiga cadeia da cidade na praça Tiradentes e tem um custo de R$ 10 para visitação.

 

Igreja São Francisco de Assis

 

A Igreja São Francisco de Assis é uma obra de Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho. O artista pôde se contemplar nessa obra como arquiteto e escultor, e você encontra nessa igreja parte do seu acervo como peças em pedra sabão, madeira e o desenho na capela. Já o teto central exibe pinturas do artista Manuel da Costa Ataíde, mais conhecido como Mestre Ataíde, que exibe perfeita harmonia na composição.

As obras de Aleijadinho também podem ser vistas em outros pontos pela cidade, no museu da inconfidência e em outras igrejas, assim como em outras cidades mineiras.

O ingresso para visitação custa R$ 6. Em frente a igreja você ainda pode passear pela famosa feira de pedra-sabão.

 

Museu Casa dos Contos

 

O museu já foi residência do cobrador de impostos português João Rodrigues de Macedo e já serviu tanto como acolhimento como prisão para os inconfidentes. É chamada Casa dos Contos desde que passou a pertencer a capitania de Minas Gerais depois de uma grande dívida de Macedo com a Coroa Portuguesa. A partir daí foi ampliada para poder fundir o ouro e se transformou na Casa da Moeda. Todo ouro encontrado nas minas de Ouro Preto deveria passar pela Casa dos Contos para ter seu reconhecimento e validação depois de fundido em barra ou moeda e tomada a parte que cabia à Coroa, conhecida como o Quinto, ou seja, 20% do metal extraído.

O museu abriga um acervo que mostra a história da economia brasileira por meio do ciclo do ouro. A entrada é gratuita e ainda pode-se ver um acervo com peças utilizadas durante a escravatura.

 

Museu de Mineralogia UFOP (Escola de Minas)

 

Já no Museu de Mineralogia temos acesso a história natural, com fósseis, esqueletos e exposições que representam os períodos de desenvolvimento do planeta Terra. No setor de mineração e mineralogia vemos milhares de tipos de minérios encontrados na região e a representação de sua extração, através da simulação de uma mina de ouro. Além disso, há acervos relacionados à física, metalurgia, astronomia, entre outros.

A entrada custa R$ 2,50.

 

Mina do Chico Rei

 

Dentre as minas abertas para visitação destaco a do Chico Rei. Isso por causa da história que ela carrega. Chico Rei era filho do rei do Congo e foi trazido a força junto com sua família para ser escravo no Brasil, como milhares de africanos. Sua esposa e um dos filhos morreram no navio antes de chegar ao destino. Foi um homem que lutou pela liberdade dos escravos, conseguiu comprar sua liberdade e a dos outros escravos que trabalhavam com ele, escondendo ouro em seu cabelo. Por fim, adquiriu a mina que hoje leva o seu nome. As escavações possuem 80 quilômetros quadrados e lagos formados pelas águas subterrâneas. Você pode optar pelo passeio radical ou o básico, que já leva em torno de uma hora com um guia explicando como era a extração de ouro e diamante no local. Em 100 anos foram extraídos 6 toneladas de ouro somente dessa mina.

O passeio pela mina do Chico Rei custa R$ 25 por pessoa. Crianças não pagam.

 

Parque Municipal das Andorinhas

 

Localizado dentro da cidade de Ouro Preto e com fácil acesso de ônibus, sentido o bairro São Sebastião. O ônibus sobe uma ladeira íngreme cheia de curvas e pouco espaço. Lá de cima a vista da cidade é sensacional. No ponto que dá acesso ao Parque precisa andar por uma trilha por aproximadamente 3 km. Mas caso esteja de carro pela cidade mineira, pode estacionar no parque próximo ao acesso à cachoeira.

O parque abriga três cachoeiras, poços, mirantes e favorece a prática de esportes como ciclismo, caminhada, escalada e rapel. A entrada é gratuita.

 

Morro da Forca

 

No Morro da Forca era o local onde os condenados eram levados para serem executados. Era utilizado por ser um local mais afastado e elevado, longe dos olhares do povoado de Vila Rica. Essa foi a segunda forca da cidade de Vila Rica, sendo a primeira no bairro das Cabeças onde os condenados seriam enforcados em postes.

Do morro pode-se apreciar a cidade, mas o local necessita de uma revitalização, já que toda informação que havia foi depredada, além de haver pichações no monumento onde, no amplo pátio, encontrava-se a forca.

 

Igreja Nossa Senhora do Pilar

 

Dizem que esta é considerada a segunda igreja mais rica em ouro do Brasil. E realmente, quando você adentra e observa os detalhes folheados a ouro fica abismado com riqueza e poder da igreja católica na história. Ela foi inaugurada em 1733 e diz-se que possui mais de 400 kg de ouro em seu interior. Descendo uma escadaria dentro da igreja acessamos o Museu de Arte Sacra, que reúne imagens e acessórios utilizados pelos padres. A visitação custa R$10.

 

Casa da Ópera

 

Fundada em 1770, é tida como a primeira casa do Brasil destinada ao teatro e espetáculos e o mais antigo teatro da América Latina. A Casa foi revitalizada em 2007 e hoje é o Teatro Municipal de Ouro Preto.

Está localizada próximo a praça Tiradentes, mas infelizmente fica fechada entre natal e o ano novo, reabrindo apenas na segunda semana do mês de janeiro.

 

Além desses lugares muitos outros podem ser visitados e nos fazem mergulhar nos eventos históricos de Ouro Preto. O local em que Tiradentes morou, por exemplo, onde há uma nova casa construída, por ter sido a verdadeira casa demolida e ainda jogado sal para que nada mais ali nascesse, por ordem de D. Maria I, rainha de Portugal no período de 1777 a 1815. 

Há também histórias sobre o pai da aviação Santos Dumont, cujo a mãe era ouro-pretana, e do imperador Dom Pedro II que visitou a cidade. E tantas outras! 

Para quem curte montanhismo há o Pico do Itacolomi com 1.772 m, localizado entre as cidades de Ouro Preto e Mariana.

 

Gostou de passear por Ouro Preto? Que tal programar sua próxima viagem e conhecer mais das histórias do Brasil?

 

Conheça Ouro Preto:

 

 

Texto: Indianara Zanatta Borgonovo

Fotos: Ramon Corrêa

 

—————

07/09/2018 20:45

Percurso Panorâmico Castelo de Marostica no norte da Itália

O Castelo de Marostica é uma construção medieval do século XIV formada por dois castelos, o inferior e o superior, localizado na cidade de Marostica na região do Veneto, província de Vicenza, no norte da Itália. É uma região pequena com quase 13 mil habitantes.

Conhecida como cidade murada, os muros que circundam o Castelo de Marostica alcançam cerca de 1800 metros de extensão e possuem quatro portas de entrada para o centro histórico. A construção foi iniciada após a conquista Scaligeri do território Vicentino, a partir de 1311.

Além dos passeios pelas colinas que circundam a cidade, há o “Percorso Panoramico do Castello di Marostica”. Esse percurso fica dentro dos muros do castelo e inicia na Chiesa Del Carmini e dá acesso a parte superior do castelo. Não é um trajeto difícil e pode-se fazer em 20 minutos de caminhada. Na frente da igreja (Chiesa Del Carmini) há um pequeno museu a céu aberto com belíssimas fotos e a história da cidade de Marostica durante a primeira grande guerra, aberto no centenário desse evento.

Esse percurso panorâmico era feito pelos frades da igreja Del Carmini que foi construída entre 1618 e 1619, com fachada em estilo barroco. No entanto, a estrada que conduz ao castelo superior foi recuperada pedra por pedra e inaugurada em 1989.

Durante a subida já se pode ver a paisagem total da área murada entre arbustos e árvores da colina. Na parte superior, escadas te levam as torres para observar toda a cidade de Marostica e seus arredores.

Fotos e texto: Indianara Zanatta Borgonovo

—————

29/06/2015 16:00

Caminho do Itupava

28 de Junho de 2014.

Participantes: Indianara, Roberta, Édio, Rafael, Anderson, Rodrigo e Giovani.

Mais de um ano depois, refiz o Caminho do Itupava!

Pegamos o ônibus CTBA – Quatro Barras (BR 116) que parte do terminal do Guadalupe às 5h40 da manhã. O mesmo ônibus para no terminal de Quatro Barras, aguarda novos passageiros, e segue rumo a Borda do Campo. Fomos até o ponto final. 

Iniciamos a trilha às 7h da manhã. Dos seis integrantes além de mim, conhecia apenas dois, o Édio e a Roberta. Por isso, desconhecia o condicionamento físico do grupo. O trajeto da trilha foi feito com um pouco mais de lentidão do que quando fiz pela primeira vez o Caminho do Intupava. Chegamos a Casa do Ipiranga às 10h30. Fizemos muitas paradas: para lanchar, tomar banho de rio... Ao contrário da última vez, agora havia tido uma estiagem, e ainda assim estava muito úmido o caminho. As nuvens abriram passagem para os raios do sol perto das 10h da manhã e fez um dia lindo. 

Em determinado momento da trilha nos separamos e percebemos que o Anderson estava com dificuldades em finalizar a trilha: ele estava com câimbras nas coxas e sentia muita dor. Ficamos combinados de que eu, a Roberta, o Giovani e o Rodrigo iríamos à frente, enquanto o Rafael e o Edio acompanhavam o Anderson. 

Certa altura percebemos que não daria mais tempo de pegarmos o ônibus das 16h15 que parte de Morretes rumo a Curitiba, pois chegamos no posto do IAP às 15h45. Na estrada interrompemos uma pickup e solicitamos às pessoas que se vissem três homens retornando oferecessem carona, pois um deles estava com dificuldades em finalizar a trilha.

Enquanto esperamos no posto do IAP, o Rodrigo conseguiu uma carona com um motociclista até o terminal de Morretes para trocar as passagens para mais tarde, sem sucesso. Teve de comprar novas passagens. E o único ônibus que sai do terminal rodoviário e para pegar passageiros em Porto de Cima é o das 16h15. Os demais saem do terminal de Morretes e só param em Curitiba, por isso quem desejar fazer esse caminho é bom já ter as passagens compradas, pois nem sempre há lugar. E, não fazer tantas paradas para chegar a tempo... 

Uma hora depois que aguardávamos no IAP, a pickup que havíamos solicitado apoio parou o carro, descendo os três integrantes que haviam ficado para trás. O Anderson sorria absurdamente animado por ter conseguido, já que por diversas vezes pensou que não conseguiria. 

O Rodrigo ainda não havia voltado da Rodoviária e ainda não sabíamos se ele havia conseguido trocar as passagens. Decidimos continuar andando. Do posto do IAP até a ponte, próximo do ponto de ônibus de Porto de Cima, ainda faltava 4 km. Mas, 1 km adiante tinha a Kombi do passeio de bóia que poderia nos dar carona. Como não era mais alta temporada, nem verão, não havia transporte de turistas para descer o rio de bóia e pegar carona, então o dono da kombi fez um preço de R$ 10,00 por pessoa para nos levar até a ponte. Ninguém estava disposto a pagar e andamos os 4 km restantes. No caminho, voltava de carona o Rodrigo, que desceu e continuou a caminhada conosco. As novas passagens foram compradas para as 20h10 e agora teríamos que ir até a Rodoviária.

Chegamos até a ponte animados com a idéia de pegar um ônibus de linha até a rodoviária, mas quando lá chegamos o último já havia passado. Ainda falava 6 km até a rodoviária. Andamos até um ponto de taxi e o taxista nos fez o preço de R$ 5,00 por pessoa para nos levar, em duas viagens, já que estávamos em sete pessoas. 

E assim conseguimos, depois de muita confusão, chegar a Rodoviária e pegar o ônibus para retornar a Curitiba. 

 

 

—————

10/02/2015 22:47

Anhangava (1430 m)

Como chegar no Anhangava partindo de Curitiba:

De ônibus: De Curitiba pegar os ônibus Quatro Barras - CTBA via BR 116 ou via Graciosa, que saem do terminal do Guadalupe e seguir até o ponto final – o terminal de Quatro Barras. De lá se pega o ônibus Borda do Campo e até o ponto final.

De carro: Pegar a BR 116 sentido São Paulo em direção a cidade de Quatro Barras. Seguir a indicação das placas para Borda do Campo, Caminho do Itupava ou Morro do Anhangava. Tem um estacionamento que cobra R$ 10,00 por carro.  

Existem duas entradas para iniciar o Morro do Anhangava. A entrada mais longa é pela mesma entrada do caminho do Itupava, onde tem o posto de IAP (Instituto Ambiental do Paraná). Há aproximadamente uns 2 quilometros uma placa indica também o caminho da cachoeira. Quando vou por ali, passo na cachoeira na volta. Já fui ao Anhangava em tempos de estiagem em que a cachoeira estava praticamente seca. 

Geralmente quem vai fazer vôo livre entra no Anhangava pela Trilha do Asa Delta. É mais curta a subida ao cume por ali, e chega-se ao local de entrada seguindo pela estrada da Baitaca.     

O Morro do Anhangava foi a primeira montanha que subi, pelo que me lembro. Eu tinha mais ou menos uns 12 anos. Toda a família foi inspirada pelo Édio Furlanetto a trilhar montanhas e o Anhangava se apresenta como uma das montanhas gostosas de caminhar com a família.

O Morro do Anhangava fica dentro do Parque Estadual da Serra da Baitaca, uma Unidade de Conservação muito importante para a região, decretada depois de uma intensa extração de mineiros destinada à construção da estrada de ferro.

Muitos turistas vêm ao Morro para práticas de esporte como trekking, escaladas, rapel e vôo livre. Por muitos sites é considerada uma das melhores escolas de escalada do Brasil.

O nome Anhangava vem do Tupi – Morada do Diabo. Segundo o site turismo em Quatro Barras, no passado, para os índios que habitavam a região de Curitiba, o morro era a morada de um semideus ligado às chuvas, aos trovões e às tempestades. Com a chegada dos jesuítas e a cristianização dos índios, eles ligaram Deus a Tupã. E como consequências disso, todas as demais entidades ficaram associadas ao diabo.

Todos os anos, no dia primeiro de maio, católicos sobem até a capela construída no cume do morro na década de 50, que hoje se encontra destruída.

Os pontos negativos do Anhangava, em minha opinião, é que, pela facilidade do acesso, é melhor subir em um grupo maior de pessoas. Apesar de considerar uma montanha segura, já vimos alguns casos sobre a suscetibilidade a assaltos na região do Anhangava e da Trilha do Itupava. Também, por ser próximo de áreas urbanas, não podemos usufruir da degustação da água que desce pela montanha.

 

Texto e Foto: Indianara Zanatta Borgonovo

 

—————

26/01/2014 22:34

No pedal de Quatro Barras a Morretes no Paraná

25 de janeiro de 2014.

Participantes: Édio Furlanetto, Indianara Zanatta Borgonovo e Ramon Correa Paludo.

Com tudo combinado, passagens na mão de retorno, saímos de nossa casa em Quatro Barras, dispostos a pedalar pela Serra da Graciosa até rodoviária de Morretes. Entramos no portal em Quatro Barras, que nos posiciona a 17 km da estrada da Graciosa que segue rumo as praias do Paraná.

Logo depois do portal, uma subida testa a força das pernas. Até chegar à Graciosa são muitas subidas. Uma delas é tão íngreme que estava fechada para a descida de carrinho de rolimã pelas curvas do asfalto.

Foi quando alcançamos Graciosa que iniciamos a descida. O ar úmido refrescava a pele suada ao mesmo tempo em que tínhamos que ter cuidado com possíveis escorregadas no paralelepípedo.

Como é de praxe chuvas na região, pouco antes do mãe catira, começou uma garoa que logo se tornou mais intensa. Paramos num quiosque para esperar. Alguns ciclistas se aventuravam na chuva com cuidados em dobro pela facilidade de uma queda. Protegido pelo quiosque, o Édio dava tchau para todos ciclistas que passavam por nós. Um deles ousou levantar a mão para devolver o cumprimento e não deu outra: se espatifou no chão. Com muito estilo, levantou-se, riu, acenou mais uma vez e partiu.

Logo a chuva diminuiu e seguimos também, numa pedalada direto ao rio nhundiaquara, no ponto dos banhistas, onde tinha restaurantes que serviam prato feito. Dali ainda faltava alguns quilômetros até a rodoviária que levamos cerca de 1:30h. Nosso ônibus partia às 15 horas e pagamos uma passagem a mais pela bicicleta. Foram mais de 50 km, cerca de 6 horas de pedalada e mais um desafio vencido. 

—————

15/09/2013 19:00

Caminho Inca (Peru)

caminho inca Machupicchu

13 e 14 de setembro de 2013.

Participantes: Édio Furlanetto, Ramon Correa Paludo, Indianara Zanatta Borgonovo, Patricia Birsnek, Rogério Dias, Ciro Aguilar e Perro loco.

O caminho Inca foi uma trilha utilizada pela civilização Inca. Sua extensão abrange mais de 5.000 km, indo do Chile a América Central. Agências de turismo nos levam para refazer partes desses caminhos. A agência Brasil de Mochilas, com a qual fechamos, faz essa trilha partindo do Km 82, um pacote de 4 dias e 2 noites, sendo dois dias de caminhada passando a noite em barraca e alimentação fornecida pelos guias que acompanham os andarilhos. Optamos pelo Pacote 2 dias e 1 noite e iniciar a trilha no km 104, que leva apenas um dia – cerca de 5 a 7 horas de caminhada até Machupicchu. Essa escolha foi feita porque não sabíamos como iríamos reagir quanto a altitude do lugar. Mas, antes de partir para de Cusco para a trilha Inca, havíamos passado por altitudes como 3.600 m, de La Paz, e 5.400 m do Chacaltaya e todos integrantes apresentaram-se fisicamente bem.

Marcamos com a agência Brasil de mochilas com 4 meses de antecedência, pois a trilha é limitada a 500 pessoas por dia. Uma van passou no hostel em Cusco às 5:30 horas da manhã para nos levar até a estação San Pedro em Olantaytambo para pegar o trem que partia às 7:00 horas rumo a Machupicchu.

Descemos no km 104 da via férrea, no meio da Amazônia peruana. Não havia ninguém por lá, apenas uma placa indicando que paramos no ponto certo. Resolvemos esperar o guia. Depois de uns 10 minutos de espera avistamos correndo, ao lado do trilho do trem, o guia e um cachorro vindo em nossa direção. Ele havia passado 11 km do ponto! E o cachorro, o guia disse que conheceu no caminho e o seguiu. E assim formamos o grupo para a caminhada: nós, o guia, e o cachorro que chamamos de perro loco. O guia se chamava Ciro Aguilar. Ele conhece muito bem a história e a cultura do povo e da região e fala Quéchua, a língua atual Inca.

Começamos parte do caminho atravessando uma ponte sobre o rio Urubamba. Esse rio nasce em La Raya, no Peru e com seus mais de 8.000 km de extensão, desemboca no Amazonas.

Iniciamos uma leve subida e cada vez avistávamos o rio mais distante. Andávamos na beira do penhasco contornando as montanhas. Passamos por ruínas em meio a mata, cachoeiras, morangos silvestres e um tipo de orquídea gigante, sua flor era do tamanho de uma mão. O cachorro foi nosso companheiro durante toda travessia.

Nosso primeiro ponto de parada para visitação foi o Conjunto Arqueológico de Chachabamba a 2.150 m de altitude.

Depois de mais algumas horas de caminhada alcançamos o Wiñaywayna um centro agrícola com terraços de cultivo, um setor religioso e um urbano. Foi ali que almoçamos com algumas lhamas pastando ao lado.

Quando chegamos a Inti Punku, a Porta do Sol, avistamos Machupicchu lá em baixo e o Hayanapicchu fazendo o desenho de um rosto narigudo deitado. É uma excelente vista panorâmica de toda cidade.

Chegamos a Machupicchu no fim da tarde, mas a visita pela cidade seria feita no dia seguinte. Pegamos um ônibus para Águas Calientes, onde nos hospedamos no hotel escolhido pelo Brasil de Mochilas, acomodação simples e suficiente para um bom descanso. A cidade fica a uns 15 minutos de Machuppichu. Seu nome se dá pelas águas termais sulfurosas da região. Muitos turistas a visitam e se banham nessas águas, pois acreditam ter poderes curativos e relaxantes. Águas Calientes fica a margem do rio Urubamba e cercada por paredões de pedra. A chegada na cidade nos oferece uma vista sensacional.

O jantar daquela noite estava incluso no pacote que compramos na agência e tivemos a companhia de Ciro, o guia.

No dia seguinte visitamos Machupicchu. Logo cedo pegamos o ônibus em Águas Calientes e chegamos ao amanhecer, enquanto ainda tinha poucos turistas.  A visitação é limitada a 1.500 pessoas por dia.

Em cada parada o guia jorrava informação sobre como viviam os Incas. A cidade foi construída a 2.400 m de altitude. Segundo Ciro, esse ponto foi escolhido por alguns motivos como aproximação com o divino, estudos astronômicos e poder avistar de cima quem se aproximava da cidade.

Machupicchu foi abandonada pelos Incas e por isso não foi destruída pelos espanhóis. A “Cidade Perdida dos Incas” foi coberta pela mata e só foi encontrada em 1911, pelo antropólogo norte americano Hiram Bingham.

Dizem que os Incas sabiam que espanhóis se aproximavam. Eles tinham um sistema muito bom de comunicação e os que corriam mais rápido eram os que levavam as mensagens de uma cidade a outra. Ciro conta que o que levamos para percorrer em três dias, eles corriam em poucas horas. Havia pontos onde os mensageiros se encontravam e passavam suas mensagens e de um a outro, ela chegava ao seu destino. Assim, com a derrubada de vários vilarejos Incas, os moradores de Machupicchu puderam fugir antes que os espanhóis alcançassem sua cidade. Em feiras de artesanato, como em Pisac, podemos encontrar jogos em que as peças são Incas contra os espanhóis.

Machupicchu era uma cidade-escola. Iam para lá os que se destacavam mais em suas atividades, com o propósito de formar uma sociedade forte e poderosa. A hierarquia da nobreza também era representada na arquitetura da cidade. Algumas portas de acesso, de acordo com a escultura das pedras, indicavam quem poderia passar por ali.  Há várias teorias sobre o corte das pedras, feita de forma tão perfeita, e sobre como as levaram para cima das montanhas. A mais aceita é que cortavam as pedras pelas suas fissuras, colocando um tipo de madeira que em contato com água inchava e estourava as pedras.

O sistema de encanamento da água é muito complexo e bem arquitetado, pois passa por todas as casas e ambientes da cidade passando por dutos entalhados na pedra. Até hoje a água corre perfeitamente como antigamente, quando foi projetado.

Nas casas sem telhados é possível visualizar como eram colocados através da estrutura que permaneceu e algumas pedras se encontram deslocadas devido a abalos sísmicos, mas sem derrubá-los, tamanha perfeição de seu encaixe.

Após passear pela extensão de Machupicchu seguimos para Huayna Picchu. A entrada na montanha é permitida somente até às 11 horas da manhã. A subida é feita por trilha e escadarias íngremes, cortadas em blocos de pedras. Lá de cima, sem palavras. A imagem de toda a cidade é impressionante! Parece que os contornos do vilarejo tem formato de um condor, vista daquela direção. O ar rarefeito e puro da altitude preenche os pulmões com dificuldade, mas cada degrau vale a pena, para sentir a sensação de magia entrar pelos poros e a vontade de rir, chorar, e silenciar a mente, apenas sentir alegria e êxtase.

Custos:

O valor pacote 2 dias e 1 noite do Brasil de Mochilas foi no valor de US$ 440, pagos 50% na reserva e 50% em Cusco, incluso no valor:

·        A van que nos levou do hostel até a estação de trem.

·        A passagem do trem até o inicio da caminhada no km 104;

·        O guia para o percurso do caminho Inca;

·        Duas passagens de ônibus de Machupicchu a Águas Calientes (Uma passagem paga-se extra, mas percorremos o trecho a pé);

·        As entradas ao Caminho Inca, Machupicchu e Huaynapicchu;

·        A hospedagem em hotel em Águas Calientes;

·        1 café da manhã, 1 almoço e 1 jantar.

·        O retorno de trem e de van até o hostel.

 

—————

09/09/2013 15:00

Chacaltaya (5.421 m)

08 de setembro de 2013.

Participantes: Édio Furlanetto, Ramon Correa Paludo, Indianara Zanatta Borgonovo, Patricia Birsnek, Rogério Dias.

La Paz é a tumultuada capital da Bolívia. É uma ótima cidade para compras e passeios. Há muitas agências de turismo graças a riqueza histórica e a beleza da Cordilheira dos Andes.

Chacaltaya é uma montanha da Cordilheira dos Andes com o cume a 5.421 m de altitude.

Nesta montanha havia uma estação de esqui que foi desativada no ano 2.000 por conta do derretimento do gelo. É uma montanha que contém muitos minérios e por isso não há vegetação. E por conta disso, sofre mais com o aquecimento global. As outras montanhas mais altas da Cordilheira mantém o gelo por ter maior altitude. Próximo ao Chacaltaya avistamos o famoso Huaina Potosi com seus 6.088 m de altitude, uma montanha de neve e aclimatação, escalada por muitos aventureiros. Vista dali parece um “suspiro”, branco de neve dos pés ao cume.

Para ir ao Cachaltaya, uma van turística passou nos pegar no hostel às seis horas da manhã. Tinha australianos, franceses, americanos, brasileiros... somente turistas.  A Van nos leva até a 5.300 m de altitude por uma estrada estreita a beira do abismo. Passamos por umas torres e instalações do Instituto de Investigação física-cósmica que monitora o local.

Depois que a van nos deixou restou subirmos em caminhada vagarosa os 121 m restantes entre pedras e gelo. A guia nos orientou a usar protetor solar, pois a incidência dos raios solares é mais alta com a altitude e o reflexo do gelo. Algumas pessoas subiram mascando folhas de coca na intenção de equilibrar a pressão.

Quando atingimos o cume uma magnifica visão nos deu a graça. Numerosas montanhas geladas e lagos multicolores formados pelas águas ricas em minerais.

No mesmo dia do passeio ao Chacaltaya, as agências nos levam em seguida ao Valle della Luna, uma região similar às paisagens lunares, por isso seu nome. Segundo a guia, o Valle della Luna era uma montanha só antes da era paleozoica e a própria natureza, principalmente através das chuvas e dos ventos se encarregaram de modelar a montanha. Essa facilidade na moldagem se dá pela topografia da região: um semideserto, formado por argila, areia e cactos.

Foi um dia sensacional de aventuras e paisagens únicas e ainda sobrou tempo de passear em La Paz. Esse passeio custou 90 bolivianos por pessoa, ou seja, cerca de R$ 30,00.

—————

23/02/2013 11:49

Camapuã (1706m) e Tucum (1720m)

22 de fevereiro de 2013.

Participantes: Édio Furlanetto, Indianara Zanatta Borgonovo, Ramon Correa Paludo, Rogério Dias, Patrícia Birsnek.

Partimos de Curitiba às 5h30  da manhã de carro em cinco amigos. O acesso à fazenda que dá para as montanhas Ciririca, Camapuã e Tucum é pela BR 116 sentido São Paulo. Logo que passa o posto Tulio pegamos a primeira entrada. Andamos aproximadamente mais uns 5 km em estrada de chão até chegar à fazenda. 

Começamos a trilha por volta das 06h30. Logo cedo, num descampado, nos deliciamos com morangos silvestres que coloriam o caminho. Então entramos em mata fechada e pegamos uma trilha que segue a beira do rio. O Edio, nosso guia das montanhas, nos deu uma dica legal: "para não faltar água, contamos 12 vezes em que atravessamos o rio. Depois disso somente teremos água na volta. Então é a hora de encher as garrafas antes de continuar".

A trilha é úmida, mas estava boa porque não tinha chovido na noite anterior. Atravessamos o vale até chegar na placa que indica e inicia a trilha para o Ciririca ou para o Tucum. Seguimos a placa indicando Tucum, cujo cume para ser alcançado por ali precisa passar pelo Camapuã. Percorremos mata fechada por aproximadamente uma hora, entre árvores centenárias e águas límpidas em abundância.

Saímos da mata e seguimos num descampado com uma subida íngreme por pedras e um baixo matagal. Flores rosas e azuis traziam mais encanto ao lugar. Tudo indicava que o dia ia ser lindo desde a estrada de onde viemos de Curitiba observando as silhuetas das montanhas com cores rosadas de um sol pronto para nascer, até onde pudemos olhar para trás de tudo que subíamos e observar a serra que nos circundava, a represa do capivari e muitas montanhas. De repente alguém falou: quem viu as paisagens, viu. Agora não vê mais. Olhei uma nuvem densa que se aproximava encobrindo a visão do que a pouco, por sorte, conseguimos ver e fotografar. Seguimos a montanha e por certo foi bom o sol não estar a pino, já que estávamos em uma subida que pedia um pouco de esforço num locar sem proteção contra o sol.

Subindo por ali temos a impressão de olhar para cima e ver o cume, mas é o chamado “falso cume”, pois quando se chega para onde estava olhando, o morro simplesmente continua e te dá uma nova visão. Mas quando menos esperava o Édio falou: aqui é o cume do Camapuã. Uhhhuuullllll! O cume é aberto e extenso, com espaço suficiente para acampar, diferente do cume do Itapiroca onde tem apenas duas pedras para ficar em cima e muito mato.

Dizem que dá uma bela visão para Pico Paraná do Camapuã, mas não foi o caso desse dia. Entre as nuvens, o vento dava visão de algumas montanhas, como o Ferraria, mas logo depois nos tirava, encobrindo a paisagem pelo branco.

Começamos a descer o Camapuã, sentido o Tucum que pode ser observado majestosamente desde o cume do Camapuã. Desce, desce, desce. Chega ao pé do Tucum. Sobe, sobe, sobe. E por meio de mato e pedras, chegamos ao cume do Tucum.

No Tucum tem a caixa com o caderno para anotações dos visitantes, como também tem no Itapiroca e outras montanhas. Deixamos nosso registro de passagem por aquele cume e todos os presentes assinaram um belo escrito feito pelo Ramon.

Lanchamos sanduiche e frutas, o Édio tirou seu cochilo habitual e novamente desce, desce, desce o Tucum. Sobe, sobe, sobe o Camapuã e desce, desce, desce o Camapuã.

Logo pegamos a trilha fechada novamente e quando alcançamos o rio pudemos nos deliciar com a água, que bebemos a vontade. Num trecho quase no final da jornada, uma cachoeira nos dá a graça de um banho gelado e gostoso. Não resisti. Tirei o tênis, subi nas pedras e enfiei minha cabeça debaixo da água que cai forte da cachoeira. Delícia. Assim, chegamos ao  da montanha ao meio dia e trinta, pagamos cinco reais de cada um, preço cobrado para manutenção do local, e seguimos rumo a Curitiba. 

—————

27/01/2013 12:24

Itapiroca (1805m)

26 de janeiro de 2013.

Participantes: Édio Furlanetto, Indianara Zanatta Borgonovo, Ramon Correa Paludo, Eduardo Alcantara, Daiane Lorenzi.

O Itapiroca localiza-se na Fazenda Pico do Paraná em Campina Grande do Sul, na BR 116 Paraná sentido São Paulo. Essa fazenda é composta pelas maiores montanhas do Paraná, sendo o Itapiroca a quinta mais alta, e é um local muito visitado por pertencer também àquela região da Serra de Ibitiraquire o famoso Pico do Paraná com 1877 metros, a mais alta do Sul do Brasil.

A fazenda Pico Paraná cobra entrada, e conta com estrutura para camping, banheiro, fogueira, rio e a cachoeira arco íris. Quando tiver a oportunidade de acampar na base da fazenda não se admire se sair da barraca acordado pelas ovelhas que passeiam no local interessadas no que você pode lhes oferecer de comida.

Iniciamos a trilha rumo ao cume do Itapiroca ás nove horas da manhã de sábado. Apesar de termos pego chuva no caminho, o tempo se manteve estável e nublado. Para chegar à trilha das montanhas Caratuva, Itapiroca e Pico do Paraná atravessa-se o morro Getúlio. É ali que tudo começa. E começa forçando as pernas. No morro Getúlio, chegamos levantando as pernas, subindo escadas, e é um bom aquecimento para o que vem a seguir. É um morro descampado pelas queimadas, onde não muito tempo o gado pastava.

Ao término do morro uma placa divide as trilhas Pico Paraná e Caratuva. Como nossa jornada era o Pico Itapiroca seguimos sentido ao pico Paraná. A trilha começa a ficar mais fechada em meio à mata atlântica verdejante. E também mais úmida. Como havia chovido cedo, um lamaçal adicionava mais aventura ao passeio. A subida pela trilha já é parte de caminhos das águas que descem da montanha, e algumas adjacentes saem no rio Capivari.

Naquele dia em que subimos o Itapiroca em cinco amigos, foi praticamente impossível não afogar o pé na lama. Chegou um momento que ninguém mais se importava, nem observávamos mais apenas pisávamos e pronto. A companheira de jornada Daiane, pisou e pulou por um lamaçal, mas chegou ao outro lado sem um tênis, que ficou com a ponta enfiada na lama.

Pelo caminho cruzamos um trio seguindo para o cume do Pico Paraná, com mochilas e acampamentos pesados nas costas, vindos de Blumenau (SC). O objetivo do grupo era seguir do PP, a montanha mais perto e mais viável em relação à região que residem, para as montanhas mais altas do Brasil. Depois de alguns encontros com eles pelo caminho, nos separamos na segunda placa, que divide a trilha rumo ao Pico Paraná e rumo ao Pico Itapiroca.

A trilha segue com desafios gostosos impostos pela natureza. São árvores para pular, pedras para escalar, raízes para desviar. Até começar um campo com uma vegetação diferenciada apontando a proximidade do cume.

No caminho encontramos um grupo que descia e ressaltou para nos prepararmos para a ventania e o frio que fazia no cume. Mas, graciosamente nem vento nem frio nos atormentaram na nossa chegada ao cume ao meio dia. Quando chegamos, havia dois rapazes descansando na pedra do “primeiro cume”, onde se localiza a caixa de registros, que nesse dia encontrava-se cheia de água por ter permanecido aberta e sem o caderno para recados e registros do atingimento da montanha. Com auxilio do Norton, um dos rapazes que estavam no cume, a caixa foi esvaziada utilizando-se um tubo de agua.

Há também, um pouco mais adiante, uma pedra mais elevada, chamada de “segundo cume”. Não chegamos a ir até o segundo cume.

Os dois rapazes que ali estavam já eram caminhantes e praticantes de trekking, e tinham o objetivo de subir as maiores montanhas do PR, as maiores do Brasil e seguir rumo ao Aconcágua, localizado nos Andes argentinos, com altitude de 6960 m. Boa sorte.

Na vista do cume do Itapiroca predominava o branco, uma neblina densa que cobria a visão. Algumas vezes observávamos o Caratuva, o Camapuã, Tucum, entre as nuvens que demonstravam querer dissipar. Antes de partirem, Norton disse que hoje seria difícil avistar o Pico do Paraná, que pode ser visto ao leste do cume do Itapiroca, e assim partiram para a segunda etapa: a descida. Nós permanecemos no aguardo da movimentação das nuvens lanchando pão, castanhas, queijo e salada. Hummmm... depois dessa caminhada, nada melhor. E nessa distração deliciosa as nuvens que encobriam o PP se abriram, e seu cume se mostrou imperioso entre duas camadas de nuvens em meio ao céu azul. Tiramos fotos e curtimos a paisagem felizes por estarmos ali. Agora prontos para nossa descida. 

—————